Experimentar as poéticas de (auto) localização
A disciplina de núcleo livre FAV0751 Laboratório de Práticas Autobiogeográficas foi criada em resposta às reflexões tecidas no artigo Autobiogeografia como metodologia decolonial (Rodrigues, 2017), publicado nos anais do 26º Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP), em 2017. De caráter prático, a disciplina nasceu com o objetivo de experimentar a abordagem autobiogeográfica no contexto das Artes Visuais para observar que lugares de enunciação poderiam emergir dos fazeres artísticos que se dão como prática de si criticamente situada. A primeira oferta da disciplina aconteceu em 2018, presencialmente, na FAV/UFG. A segunda oferta se deu em 2021, no modo on-line, devido à pandemia de COVID-19. A terceira turma teve início em março de 2025, novamente na modalidade presencial. A ementa desse núcleo livre é composta pelos seguintes assuntos: Opção decolonial; Escritas de si e política do lugar; Atos autobiográf icos e práticas coletivas; Autobiogeografia como metodologia decolonial; Arte como lugar de enunciação; Autobiogeografia na prática. A metodologia adotada na disciplina envolve a própria autobiogeografia (Rodrigues, 2017; 2021), a transpedagogia (Helguera, 2011), a pedagogia crítica interseccional (hooks, 2013) e a pedagogia da (re) existência (Achinte, 2013).
A autobiogeografia auxilia na criação de espaços que favorecem a escuta e observação atentas das experiências situadas apresentadas pelas/os estudantes à medida que vão articulando suas práticas artísticas ao longo do semestre. Já a transpedagogia destaca o caráter poético da disciplina, pois busca-se combinar processos educacionais e artísticos para que, juntos, proporcionem um ambiente que se aproxime mais do funcionamento de um coletivo de arte do que de uma disciplina propriamente dita, digo, em seus moldes mais tradicionais. Em propostas transpedagógicas, o projeto poético se conecta ao contexto do ensino e da pesquisa para estabelecer novos modos de produção e acesso ao conhecimento em meio a processos de criação artística individuais e coletivos. O diálogo e a escuta, por sua vez, são elementos caros à pedagogia crítica e à pedagogia da (re)existência, imprescindíveis para o processo de criação de ambientes seguros para a partilha de singularidades em meio a uma coletividade que vai adquirindo forma semana a semana, de acordo com o engajamento das pessoas envolvidas na disciplina.
Para saber mais sobre a disciplina, acesse o artigo O espaço autobiogeográfico em construção.


































